quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

(221) Futuro



Ouvi alguém afirmar que o homem, tido por animal racional, é o mais irracional dos irracionais.
Basta lembrar a ansia de conhecer o incerto futuro, esquecendo de viver a realidade do efémero presente, usufruto do hoje.
Em conluio neste absurdo não deve existir outro.
São frequentes as consultas a videntes e circulam no ciber espaço milhentos testes sobre a nossa existência, comportamento, sinas e até estado físico e psíquico.
De fácil resposta, numa dúzia de questões de sim ou não, esquecendo bastas vezes a mediana, onde usa morar a virtude, e zás... lá nos situam acima ou abaixo numa bitola considerada, por nem sem quem, a ideal. Isto, ou dizendo apenas aquilo que gostaríamos de ouvir, num assomo de suprema vaidade.
A experiência nunca foi má conselheira, pelo que entrei numa dessas, dando respostas em consciência, pois não gosto de brincar em serviço.
Fiquei todavia sobressaltado na falta do virtuoso talvez, nem sim nem não, em alguns casos indispensável à assertiva resposta.
Mas pronto, lá conclui a coisa e tratando-se de saber qual a minha expectancia de vida, lá fui, sem ansia, à procura da resposta.
Com surpresa constatei ter morrido há já três anos.
Porque não me agrada colher flores, também não as levo a finados, pelo que dei graças não estar em falta comigo próprio.
Todavia fica uma questão por resolver: estarei a roubar anos à morte ?

4 comentários:

Andradarte disse...

Sempre divagando.
Fico sempre entre a realidade e a fantasia.
Acho uma maldade.
Um abraço

Maysha disse...

Bom dia Notyet.
Tenho um miminho para si no meu blog.
Ofereço com carinho e admiração pelas suas palavras.
Aceite um beijo de luz
Isa

*Lisa_B* disse...

Bom dia notyet...entre os vivos ( sape gato) dever anos à morte é que não.
Achei essa sua experiência engraçada, como sou algo curiosa sobre a vida-morte, também um dia fui levada a fazer um desses testes.
Se o meu amigo deve 3 anos a mim restam 2 e a causa da morte nem lhe digo ou conto rsss quase me engasgava quando li aquilo.

Bem, para rir mandei a imagem do site a uns amigos que não acharam graça alguma é que tinha a campa com o meu nome escrito por oferta da casa ehehe. Fui lá eu colocar as flores ;-)

Penso que na net haverá tanta aldrabice quanto fora dela, é a oportunidade à espreita dos crentes.

Mas como diz o caro Andrarte não sei até que ponto o meu amigo andará escrevendo realidade ou fantasia.

Gotinhas de carinho sempre e sobretudo em dias de chuva.

Andradarte disse...

Aquilo do selo não se faz. Mas se quer guerra, é só esperar. Xau