Bom. Quem tenha alguma crença nestes loucos escritos, decerto já se apercebeu do meu apreço, estima, apego, amizade, amor, seja lá o que for pelos animais em geral.
Tento falar com quase todos, evito conflitos com alguns notoriamente hostis e supostamente prejudiciais à espécie humana e sempre me entristeço quando no cumprimento desta servidão alguns tenho de devorar, coisa que todos eles fazem, sem tempero, sem consciência e sem a delicadeza e intermitência que dou ao triste acto, o que reverte em absoluto para seu bem estar psíquico se é que disso necessitam.Cumprem, satisfazendo-se e satisfazendo a mãe natureza nas suas intenções renovadoras.
Isto até aqui parece conversa da treta, sendo apenas entrada para a minha profunda estranheza quando observei o dálmata em plena fuga.
Bom. (devia ter começado aqui) Porque fugirá ele ?
De mim não é de certeza. Ou será que o ofendi naquela minha vã tentativa de estabelecer relação ? Não creio, já vou ladrando razoavelmente de forma a que me entendam.
Será que este mundo vai acabar e ele ilusóriamente corre procurando outro ? Mas o ano 2000 já lá vai e com ele a ideia de que ficaríamos por ali.
Não vejo no horizonte qualquer cadela impulsionadora da corrida. Nem sequer prato de comida.
Deixa-me isto inquieto e intrigado, sabendo eu que este dito animal de estimação usa os seus recursos sensoriais com parcimónia e segurança sendo mais atinado do que o humano, dito seu dono.
Se calhar é brincadeira e foi uma maneira de me tentar tirar o sono.
Ou até dar-me uma lição pelo meu imperfeito ãoão.
Coisa boa não será e o que for soará.
Vou esquecer isto e tentar melhorar a comunicação.