quarta-feira, 4 de julho de 2007

(82) TERCEIRO ANDAR

Assisti a uma interessante palestra sobre saúde mental.
Após a abordagem e explanação de absorventes fases do tema, a técnica, questionada sobre hipnose, aligeirou a questão e, fazendo humor, definiu-a como:

"distrai-te lá, eu quero que faças aquilo que não queres fazer"

Esta irónica e subversiva graça, porventura não o sendo, deu-me a compreender e aceitar grande parte dos meus conterrâneos.
O democrata no poder é sincero, grita nos comícios que em democracia
"todos dizem o que querem e fazem como ele quer".
Os assistentes aplaudem, não o ouvem. estão hipnotizados.
E depois há tantos contemporâneos meus de bizarras condutas, bizarras certamente por insólitas e contrárias às minhas.
Suponho façam aquilo que não querem. Estarão hipnotizados ?
Ou estarei eu hipnotizado e afinal o resultado dá no mesmo ?
Existem outras hipóteses.
Pode ser que andemos todos hipnotizados e assim mesmo a fazer o que queremos. Quem sabe ?
E ainda pode suceder não resulte o problema tão linear, entre branco e preto, talvez nos passeemos no cinza.
Aqui a meta será sempre a mesma, em contornos menos precisos, quiçá mais angustiantes, pela sua indefinição.

Ora... Não liguem ao texto
Neste mundo de loucura, devo ser um dos mais loucos.
Seja lá isso o que seja !