terça-feira, 28 de abril de 2009

(250) Mais Lisboa





Outra pequena maravilha daquela cidade e o seu pormenor, onde, para baixo e para cima passam diariamente milhares de seres.
Disse-me uma formiga que a grande diferença entre elas e os homens, naquelas idas e vindas desenfreadas, é que elas sabem o caminho.
Por isso os humanos passam junto a estas belas obras e não dão por elas ?
Ou será pela canseira da dureza da vida na procura do pão ?
Ou além do pão há outra ambição ?

segunda-feira, 27 de abril de 2009

(249) Por inteiro






Aqui repito, desta vez por inteiro, esta magnifica obra, que me parece passar despercebida numa das maiores artérias de Lisboa.
Continuo a realçar a riqueza do pormenor, movendo-me apenas a exaltação do artista que a concebeu.
Estou também certo da beleza transitória do modelo.

sábado, 25 de abril de 2009

(248) O domador




Ainda o vidro da máquina que me serve.
Ao gigante e ao leão, dei um tempo a observá-los.
Fitam as águas conspurcadas e serenas do rio
que abraça e corre a cidade que tanto lhes deve
E nisto, ideia peregrina me surgiu
Voar um pouco e abraçá-los

(247) O vidro





O vidro da minha máquina tem destas coisas.

De vez em vez extasia-me, encontrando beleza no pormenor, onde o artista empenhou a sua força, evitando que me passe despercebido.

Por isso aqui fica o meu humilde agradecimento.

E Lisboa, também às vezes é assim !

sábado, 18 de abril de 2009

(246) A inércia


Acordei em certa prostração e, não sendo esse o meu fado, a estranha sensação de estar acompanhado.
Alguns minutos após, já de olhos descerrados, adaptados ao espaço, em plano de fundo lá estava o embaraço.
Atravancando a porta de uso sempre aberta, um vulto enorme, disforme, a crescer sem rumor em direcção ao leito. Parecia familiar.
Não isento de temor e, sem jeito, olhei de soslaio o digital da cabeceira, sete da manhã. Não havia outra maneira, tinha de levantar.
Então tentei disfarçar e livrar-me do enguiço, mas a verdade é que a coisa me prostrava, sugando-me a vontade, por um qualquer feitiço.
Derramava já seu corpo sobre o meu e, na esperança fosse a morte, mesmo não crendo na sorte, balbuciei: quem és tu ?
Veio a resposta em tom cavo, longínquo e profundo: sou a inércia e venho de outro mundo pra tomar conta de ti.
Logo vi!!!
Lento, a custo e doce foi o meu levantar e no canto secreto logo fui acocorar.
Só restava meditar, deixando a crise passar...
Mais um dia pra esquecer.

terça-feira, 14 de abril de 2009

(245) Simbolismo

Os mantos tem 9 e 7 cm de altura e cerca de 1mm de espessura
Surgiram aquando da minha débil aprendizagem dos rudimentos desta arte

Dois pedaços de barro corrente, laminados; a brandura da mão dando-lhe forma e o imenso calor do forno a dureza.
Dois laços extremados a unir a criatividade e possível beleza.
Depois, depois a sensibilidade do observador usando da sua experiência e imaginação para situar as peças e sua representação no espaço e no tempo

segunda-feira, 13 de abril de 2009

(244) Carências

Obséquio de gifmania

Habituados estamos à mendicidade, não sendo fácil distinguir a verdadeira carência da falsa, ou mesmo quando lidamos com profissionais da miséria, sem qualquer decência
Nos transportes citadinos são diversas as modalidades: lamurias, batidas de bengalas, gritaria, musica de feira, chocalhada de moedas ou, pior, mão estendida a tapar o que vamos lendo, tocando-nos.
E, como se não bastasse, por vezes até ousam utilizar criancinhas, usando ladainhas, na esperança de melhor condoer o eventual pagante.
E, pior, se a acção não tiver êxito, resmungam, blasfemam.
Assim não.
Creio, o verdadeiro necessitado respeita-se...tem pudor
Esse carece de ajuda... há que estender-lhe a mão.
Como distingui-lo entre quem faz uso indevido de tão deprimente situação ?

segunda-feira, 6 de abril de 2009

(243) Privacidade

Trabalho misto (distorção de pintura acrílica sobre tela)
Buraco de fechadura.
Invasão de privacidade no trigésimo século.
Ou já hoje ?

sexta-feira, 3 de abril de 2009

(242) Realidades

Os artefactos são meus
A garrafa é pintura
(pastel de óleo sobre papel).
O copo é de vidro-.
O liquido pura imitação dum vinho.

Urgente conhecer a realidade.
Por mim, se não me dão uma achega, estou quase esclarecido e convencido que esta tal de realidade é uma criação pessoal, deveras subjectiva.
E dito doutra forma, a mim me parece que a realidade chega a ser aquilo que nós quisermos, bastando capacidade mental para o assumir.
Como exemplo, e não de minha lavra, temos o teste do copo de todos bem conhecido.
Entende o pessimista, a sua inteira verdade, estar o copo meio vazio, enquanto o optimista o entende meio cheio.
Não ficando por aqui, e consultando o realista, dirá ele que o copo não tem o tamanho adequado.
Poderíamos continuar a consulta o que seria passível de outras estranhas respostas, verdades de cada um.
Assim, se questionasse alguém o que aconteceria se tombasse o copo, certo estou, todos, ou quase, iriam pelo derrame do liquido.
Poucos chegariam à minha realidade.
Trata-se dum copo especial e o liquido não derrama por estar em circuito fechado.
E por aí fora, cada um elaborando as suas verdades com base no conhecimento empírico ou cientifico, sua experiência de vida, verdades convictas mas apenas suas, no máximo semelhantes às dos outros por mera aproximação.
Tenho assim o maior respeito pelas verdades dos outros, por mais hilariantes me pareçam.
Terei de aceitar quando alguém diz ter conversado com homenzinhos verdes ou doutras cores, não podendo de forma alguma aplicar rotulagem de loucura, pois, quem sabe ?

(241) Outros tempos




Water Effect by Crazyprofile.com

Aquela coisa, do palhinhas, trouxe o passado à tona.
Xiii ... e como o cabelo era farto !!!
Parece que estou melhor. Já venho.

quarta-feira, 1 de abril de 2009

(240) Fora de perigo

Não tivesse o auxilio aqui dos meus sósias e estaria completamente zonzo.
O serviço foi rápido e eficiente e deixaram três palhinhas com garantia de dois anos que considero cobre bem a minha própria validade.
Amanhã ofereço uns cafés.
Isto se aqueles senhores de branco me deixarem sair
porque a mansa loucura ainda perdura
Bem hajam rapazes

(239) Lamentos


Agora tenho o palhinhas a dar-me volta à cabeça !!!
E não é mentira !!!
Estas obras !?!?
Alvissaras a quem conserte.