sexta-feira, 28 de março de 2008

(137) VERDADE E FICÇÃO

fotocantodocarlos - manta rota
Este blog teve o seu inicio há alguns anos, noutro servidor, com outros nomes. resultado de dois factores, ambos da mesma raiz, curiosidade e aprendizagem duma tecnologia até então mais dominadora que dominada.
Era pois pressuposto acontecesse aquilo que no meu percurso tem sido habitual: experiência, toque e fuga sem entregar armas.
Fui porém enredado, como em algumas outras, poucas, ocasiões e a experiência resultou na continuidade.
Sou disciplinado e daí a rigidez, quer do estilo quer da sistematização e da própria apresentação.
Defeitos de certo modo mutantes em virtudes, facilitadoras do acesso a entradas antigas.
Acusaram-me de mentir nos meus escritos.
Reservei um pouco da minha gasta paciência no exame do problema, não porque tal me incomode, mais por não ser essa a intenção.
Servindo-me da facilitação já mencionada, abri as arcas e, dentre tesouros e quinquilharia, acabei por apreciar a manutenção deste arquivo.
Algumas dessas entradas, embora tesouros pessoais, não deixam de me causar algum embaraço.
Por vezes desconheço o discurso, noutras reconheço entre linhas o sem sentido da vida na sua continua dinâmica, permitindo deixar para trás o que na verdade já não é, e sem a relevância ao momento de então, como descargas eléctricas de actividade perdida neste tempo/espaço sem medida.
Cheguei a conclusões conhecidas.
Nem tudo na vida são verdades e abunda a ficção no parco espaço chamado de percurso de vida.
Nem sempre gostamos de nos centrar no epicentro da acção e a ficção não passará da franja de verdades que nos passam ao lado e evitamos ou raramente temos coragem de agarrar, preferindo as simulações que nos isentam dos precipícios a que a prática pessoal com frequência conduz.
E assim vai navegando o meu intimo, evitando despir-se de todo pelo uso do ténue véu das minhas próprias verdades e ficções.
E aqui sim, na esperança do engano a mim próprio, coloco a verdade na ficção e faço trocas no enredo.
Não é mentira, diria esperança...
Esperança de mudança !

terça-feira, 25 de março de 2008

(136) SONS

fotocantodocarlos
....
DOIS SONS RICOS
...
DE OURO E PRATA

(135) PRIMAVERA

fotocantodocarlos
INTENÇÃO NA MISTURA
HARMONIA, COR, RITMO
SUBLIME SENTIDO DA NATUREZA
GARANTE DO RENOVO

(134) FANTASIAS








LOUCURAS NA VARZEA
AR
AGUA
TERRA
E ALGUM FOGO
fotoscantodocarlos

(133) DE FRENTE E DE COSTAS


POR MIM, CONFESSO, NÃO ACHO GRANDE DIFERENÇA, NEM TÃO POUCO GRAÇA
E, MENOS AINDA,
ASO PARA PETULÂNCIA.
...

PODE SER QUE O VALOR ESTEJA NO QUE ESCONDEM NA CABEÇA ?! PODE SER...
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(132) CONTRASTES

fotocantodocarlos
O ESPAÇO E O TEMPO A SEPARAR DUAS REALIDADES

quinta-feira, 20 de março de 2008

(131) OS BONS E OS MAUS








...
Sei quão subjectivo é o conceito e difícil de definir.
Genericamente os maus são os "papões" e os bons os que "se portam bem", ideia transmitida às criancinhas, resultando na contenção da exuberancia do momento.
Será contudo um mau serviço prestado ao devir, verificando-se o logro quando adultos.
O mal e o bem serão duas acções interdependentes.
Existem um pelo outro e são servidos numa balança de pratos em que o fiel está aferido no espaço e nas suas dimensões e no ajustamento feito pelos homens segundo a época em que respiram.
Eliminando uma dessas figuras, por escolha o mal, seja ele qual seja, os homens não conheceriam de todo o bem pela ausência do seu oposto e de "bem" seria a sua prática diária e continuada, pura e límpida, mundo de amor e luz.
Quando penso nisto idealizo uma larga mesa onde se sentassem dez homens famintos e, perante um deles, fosse colocado um grande e olorento pão, acabado de sair do forno.
Que lindo seria se esse homem, superando a fome, empurrasse o pão ao lado e dissesse: -Tu primeiro !
E se o pão desse a volta e a ele regressasse intacto ?
Aqui já mora a utopia.
Torna-se difícil encontrar dez homens bons.
E dificílimo reuni-los a uma só mesa.

sábado, 15 de março de 2008

(130) OUTRO RECANTO






Parece pintura. Não é !


Está ali, ao virar da esquina.
Apanha o olhar perdido ....
E cativa viajantes





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(129) O MAL MENOR

fotocantodocarlos
Sempre me confundiu o falacioso argumento daquele amigo que, a desabafo duma nossa desgraça, se vale da tradicional palmada nas costas, à laia de conforto afectivo, exclamando
- Deixa lá, podia ser pior !
Mas claro que podia, novidade não é e todos o sabemos.
Até mesmo no capitulo final, diferentes tipos de morte podem ocorrer, mais elaborados uns, outros não tanto, conduzindo porventura ao mesmo desenlace.
Vem o tema à pena, ao lembrar história há muito ouvida sobre a forma desenvolta, airosa e até prazenteira, de mascarar uma má noticia, como se de boa se tratasse.
E ai vai ! A um quartel e ao oficial de dia chegou ordem de comunicar ao praça 31 o falecimento do pai.
Sendo chata a má nova e embaraçosa também, logo o homem, valendo-se da hierarquia, pensou no seu descarte e, chamando o sargento, endossou o sarilho.
Assim e de posto em posto foi o comando rolando até cair no 41, tido pelo chalado da companhia.
E, raso como era, não cabiam mais endossos. À façanha se lançou, procurando o 31 a quem disse:
- Eh pá, senta-te, tenho chatas noticias para ti.
Houve um acidente na tua terra e morreu toda a tua família e também a namorada.
Foi pronto e largo o pranto, sob o olhar matreiro do astuto mensageiro que, passados alguns minutos, abrindo largo sorriso, continuou:
- Meu sacana. És um gajo cheio de sorte, só morreu o teu pai.
Logo surgiu alegria no rosto do 31.
Risonho e já refeito, respondeu: Obrigado, obrigado !

Maliciosa, a graça contida, não pode ficar por aqui.
E fiquei a matutar. Afinal porque choramos ?
Mais por pena de nós do que pelo sofrimento alheio ?

(128) VIOLÊNCIA

Um murro num prédio, enfim, mas força e capacidade para virar a cabeça a uma mulher !?


Mesmo tratando-se de Olivia
(e palito), é obra.


Sorte a do malandro não andar por ali o Popeye e a sua lata de espinafres.
fotocantodocarlos

segunda-feira, 3 de março de 2008

(127) PALADINOS





Em dias "conturbados" e com o
Lucky distraído, ainda bem que
havia por aí outros personagens.




fotocantodocarlos

(126) JOGOS DE CAMA

Foto feita na expectativa duma brincadeira.
Conheço um sujeito fanfarrão, cujo libido voa alto, contador de grandes aventuras centradas no seu declarado desempenho.
A gabarolice nunca assenta bem e é, mor das vezes, efeito de voos simplesmente planados por evidente falta de combustível.
Mas bem, sem lhe mostrar a foto e após uma das suas fantásticas narrações, aproveitando o contexto, mansamente lhe fui dizendo terem-me dado à dica um sitio onde os jogos de cama eram variados, pareciam satisfazer em pleno e a despesa de somenos.
A seu pedido, dei-lhe o endereço e preparei-me ao desfecho.
Voltou mais tarde, não fulo, antes risonho e ainda bem. O riso é o sal da cozinha da vida e ganha sempre quem sabe rir das suas próprias fraquezas e esse mérito lho concedo.
Episódio passado, restou-me duvida na atribuição da culpa do logro.
Ao seu libido em alta, conluiado às vielas tortuosas do seu cérebro, ou à publicidade pouco cuidada, a esquecer essas outras vielas do nosso idioma ?
Nhã, pensando melhor, a culpa principal cabe à pitada de malícia que botei no produto e ainda me atrevo a tratar o idioma deste modo ligeiro e leviano.
Sem remédio... alguém terá de me perdoar !

(125) OUTRO ADEUS

fotocantodocarlos
INFERNO OU PARAÍSO ?

(124) "CRIMINALIDADE"









fotocantodocarlos
Os Dalton voltam a atacar.
Desta vez a caixa multibanco.
O aríete é a cabeça do mano "mais inteligente".
Safaram-se...
O Lucky andava por ali, mas distraído com o seu charro.

sábado, 1 de março de 2008

(123) A DITADORA

Vive comigo. Sempre viveu.
Propunha-me aqui traçar o seu perfil, sem hierarquias, nem extremar defeitos ou virtudes.
Sem a sua presença temo porventura não levar a missão a bom porto, prova evidente da minha absoluta dependência.
Possessiva, impulsiva e também sonhadora.
No seu devaneio, usa trair.
Pequenas traições, logo por mim perdoadas.
Rebusca sem pejo o meu sótão, abrindo velhos baús e libertando fantasmas, virtuais que sejam, sendo capaz de me volver o passado, no seu cortejo de felicidades e pesares e tentar que o viva no presente ou impondo as suas influencias no futuro.
Presente e omnipotente assim me submete, de conluio com amigas da sua inteira confiança, primazia dada a uma de estranha alcunha, Consciência, sua ajudante por inteiro na quebra do meu sossego.
Ganas me dão, por vezes, de a repelir, deixar, esquecer e fugir, convicto de encontrar o vazio e aí uma réstia de sombra, talvez a felicidade do nada.
Muitos há que o fazem, endossando o sofrimento aos que os amam e rodeiam.
Mas não, não quero dela prescindir.
Ela é também a luz que me dá alento no percurso, propõe desafios e enredos, mostra-me o lado lúdico da vida e o seu gracioso sem sentido.
Fá-lo de sorriso matreiro, conhecendo o meu empenho e gosto.
Agora está a cutocar-me e tem razão, afinal ainda não a apresentei.
Aí vai; é para mim um privilégio apresentar a minha excelente e querida Memória e, pese embora este meu desabafo, tenho de dar graças por aturar este seu mau feitio.