quarta-feira, 28 de fevereiro de 2007

(73) O REGRESSO

Desculpem lá o tamanho e a euforia.
É que algures dali saiu em tempos a minha nave em passeio espacial de maravilha, tendo, por sorte ou azar, esbarrado neste planeta prisão, onde e incompreensivelmente, ficou retida.
Desculpem, reitero, o êxtase acelera-me e dá-me ganas de mergulhar, sem saber voar, sem medo, sem servidões, livre, na tentativa de regressar ao meu sítio.
O quê ? O conhecimento e a ciência dizem-nos que muitas daquelas estrelas já não existem ?
Pode lá ! Eu estou a vê-las! Ou, por aqui, já nem posso acreditar no que vejo?
Para que servem esses tais de ciência e conhecimento?
Será para aditar angustia e cortar cerce a esperança de regresso?
Será que a minha estrela está na lista das extintas, sendo em vão o retorno, deixando-me no espaço para a eternidade sem acolhimento?
Ciência e conhecimento eu vos declaro culpados. Assassinos confessos dos meus sonhos, minhas ilusões...

domingo, 4 de fevereiro de 2007

(72) OCASO

Alguém me perguntou quantos anos tinha.
Após alguma reflexão e lembrando Galileu, respondi não saber, talvez poucos.
Li o espanto no rosto do meu interlocutor e esclareci:
Sim, os que terei serão os que me restam, sendo úteis se deles fizer bom uso e a soberana natureza o permitir.
Os outros já os perdi, são virtuais, mero registo de memória.

sábado, 3 de fevereiro de 2007

(71) A INTRUSA




Aqueles que me tem muito amor
Não sabem o que sinto e o que sou
Não sabem que passou um dia, a Dor
À minha porta e, nesse dia, entrou.. (F.E.)