quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

(213) Cores da verdade


Em discurso corrente é quase inevitável surgir: "na verdade... bla bla bla".
Poderá ser verdade, a do orador, eventualmente imbuída de algum mérito e senso e porventura até ecoando noutras verdades por aí vogando à toa.
Isto de verdades, sei da minha e, para ser conscientemente justo, terei de admitir, desde que não eivadas de malícia ou convicta mentira, a tua, a dele e a de todos os outros, porventura diferentes.
Existe um interessante teste bem demonstrando o intimo da volúvel verdade.
Num grupo de pessoas foram escolhidas cinco e isoladas. A missão da primeira a cumprir em cinco minutos seria decorar uma pequena historieta. Em seguida contá-la de memória à segunda pessoa, sem a presença das três restantes, esta segunda teria de contar à terceira nas mesmas condições e assim sucessivamente.
A quinta teria de relatar à assembleia, conhecedora do original, a história acabada de ouvir
Divertido mas sério e gravoso, levando-nos a bem ponderar qualquer testemunho por ouvir dizer ou mesmo de mera observação.
Desta forma quase cientifica se despe a senhora verdade, mostrando a multicidade de cores a brotar de raiz comum, as primárias, todavia de aparência bem distinta, umas límpidas, outras nem tanto.
A verdade individual, mesmo revestida do vinculativo "juro" e prenhe de boa fé, não deixa de ser um ponto de vista, dependendo excessivamente da opção de vida e percurso do observador e, por tal, nos contraditórios se pede humildade e ponderação.

Sem comentários: