sexta-feira, 8 de setembro de 2006

(32) MOSCAS

Deixem-me adivinhar ! Bichinho chato e nojento!
Pois, pois, eu também pensava assim e ao ouvir o zunido para a guerra me armava (pufs-pufs e mata moscas), sabendo logo à partida estar de causa perdida.
Mas um dia lá cismei, da arma passei à lupa e na pesquisa mergulhei.
Miles de espécies, miles de formas, miles de cores.
Belo equipamento, olhos multifacetados, máquina de voar completamente computorizada e com soft a garantir perfeita e segura acrobacia, grande estabilidade no poiso, graças ao número de patas e sua fofura e ainda, pasmem, extrema elegância e finura na alimentação, sempre sugando, pela palhinha, a matéria que os seus pés gustativos aprovam. Completam, logo,logo, com apurada higiene íntima.
Predadores aos montes, aéreos e terrestres e, nestes, lugar cimeiro às aranhas e seus engenhos de pescar
Criar, destruir, criar, destruir e por aí fora...
Todavia, e malgrado este desbaste, a capacidade e rapidez reprodutiva bate todos os recordes, deixando inibido qualquer enfatuado macho latino. Os ovos, depositados em matéria orgânica a decompor, eclodem passadas 24 horas.
Este porventura o segredo da sua capacidade de fuga à extinção
Além disso elas ganharam lugar à nossa mesa, não só planando e pousando na comida, mas também integrando o prosear:
· pareces uma MOSQUINHA morta
· estavas como MOSCA no mel
· come a sopa, olha a MOSCA
· o meu chefe hoje estava com a MOSCA
· que raio de MOSCA te picou
e até na política se metem. Ah,Ah ?? Não se riam, pois isto afirmo sem rodeios; a experiência é pessoal e a fonte fidedigna. Foi o caso que nas últimas eleições, cumpridor e no intento de acertar, mas indeciso no voto, pedi conselho a aclarado técnico na matéria. Estivesse eu descansado, respondeu, votasse até de olho fechado e plantasse a cruz aos fados da sorte, convicto ele estava que a trampa era sempre a mesma, só as MOSCAS mudavam.
Dizem ser o dito corrente, só que ao corrente eu não estava e, embora reconheça às moscas esse mau hábito, tenho aqui de confessar, ser a metáfora desagradável para elas.
Aprendi que são vitais, esclarecido que fui.
Sem moscas a terra estaria coberta por plantas e animais mortos.
Tenho de fazer agora uma sutura, por estar decerto a abrir feridas nos poucos leitores dos meus escritos, tendo alguns já comentado a minha aparente solidão.
Para já os descanso, em solidão eu não estou, tenho o quarto cheio de moscas. Em vez de rede mosqueira, vejam só, gradearam a janela. De erro crasso se tratou, quase cabe minha cabeça e as moscas bem transitam.
Aos leitores ainda atentos, reitero as minhas desculpas, mesmo sem ser meu intento tenho aqui de terminar.
Chegou o meu controlador.
Topou que estou com a MOSCA e atascou-me dose dupla para ficar a dormir.
Dormir ??? Claro seria óptimo, não fossem os pesadelos.
Logo fico enorme MOSCA imune aos predadores e a esvoaçar pelo quarto.
Tentativa malograda de passar aquela grade... e voar em liberdade.

2 comentários:

notyet disse...

De MARICEL a 17 de Outubro de 2006 às 01:05
Não é fácill falar na "MOSCA" principalmente naquela
em que nos transformamos - ou nos transformam.
Desejamos ser pequeninos,tão pequenos tal a MOSCA, e poder voar, atraveçar as grades, que nos prendem, nos amarram.
Todos nós, temos momentos em que nos transformarmos em -MOSCA- ou noutra coisa qualquer, depende da imaginação.

De Maricel a 17 de Outubro de 2006 às 23:11
oh!...
Não percebo mesmo nada, hoje de manhã, quando quis reler os meus comentários, não encontrei nenhum dos Blogs onde tinha entrado, agora estão cá de novo.......?
Fico mesmo confusa, não percebo, mas não importa.
Estou me sentindo muito melhor, pois pensei, que tinham sido retirados, devido à minha opinião.
Tudo bem agora.
E é tudo por ora
.

biabisa disse...

Credo! Credo! Credo! De tanta mosca julgar ver até já me sinto aflita. Mas ó Mestre! a mim acontecia-me quase o mesmo. Com a casa, de um lado virada para uma quinta e de outro lado para o contentor, eu era muito visitada por esses insectos. Mas pus mosquiteiros nas varandas (que a casa só tem varandas) e acabei com elas de vez.