quinta-feira, 10 de julho de 2008

(160) Arte e Manha




Amigo do peito, há muito saído da roda da vida, de presente me fez um pequeno e belo dicionário ilustrado.
Aprecio a branda e lenta evolução, sem abandonar costela conservadora, e depois gosto de bonecos.
Bonecos, objectos, coisas, são parentes próximos dos actos e sempre superam as palavras.
Ao aceno, esse pequeno grande gesto e suas fortuitas intenções, corresponderão mil palavras e, todavia, é tão simples, maravilhoso e insinuante, esse manejo da mão, mesmo quando aparentemente nos manda a qualquer lado onde não fazemos intenção de ir.
Por isso, pesem embora, as décadas do tal livrinho, ali continuo a beber, no permanente borrifo aos acordos e diferenças.
Sou descuidado no acento, na rima e concordância, às vezes por manigância.
Na escrita deixo a arte aos eruditos e continuarei manhoso enquanto tal me der gozo.

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