quarta-feira, 31 de outubro de 2007

(95) MILAGRES


Para o humor ser do bom, em meu entender, não lhe basta o provocar o riso fácil e gratuito que se esquece, Não de todo.
Por força terá de conter ingredientes geradores de reflexão para conduzir o riso a outra dimensão.
Há dias li e passo a relatar, não sendo exacto na transcrição e omitindo o autor por não constar.
Ele, se me visitar, perdoará a dupla falta.
Dois sujeitos jogam xadrez pela noite dentro e, de súbito, a luz foi-se.
Um, extremamente crente e praticante, murmura calma e tranquilamente, sem se mexer:
"o Senhor, na sua infinita sabedora irá resolver este problema"
O outro, calado, levantou-se e foi repor o fusível.
Na moral da história, esta da minha lavra, vejo dois extremamente crentes.
Um na muleta do milagre, o outro no esforço pessoal com raiz na esperança.
Claro que ao primeiro chamamos outros nomes e até chacoteamos.
Todavia, na filosofia dos seguidores do que nada acontece por acaso, não lhe terá sido destinado aquele parceiro na hora e local certo ?
Aceito esta presunção mas duvido do êxito da lição.
Outra benevolência do Senhor que premeia o calaceiro.

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