sábado, 2 de maio de 2009

(251) Ainda outra Lisboa


Esta outra, de belíssimos pormenores, é ponto obrigatório para milhares de automobilistas que a lobrigam ao longe e de certo por vezes a rodeiam.
No percurso, os semáforos obrigam a umas curtas paragens, compadecidos, na esperança vã de mostrar beleza, decerto insuficiente pois o condutor terá outros problemas: na perícia da condução, no estupor do chefe que o vai chatear por chegar tarde ou na crise de que todos falam, e ainda terá de responder a um insulto ou outro quando faz de papo seco que é como quem diz as regras não cumpre, tendo também de buzinar umas quantas vezes.
Se os monumentos tivessem alma muito haviam de padecer, estão sujeitos a intempéries e ao ataque sistemático da poluição humana e dos dejectos das aves que ali pousam arrulhando e talvez observando a indiferença da espécie que as criou e por ali passa como por vinha vindimada.
E ainda me pergunto, porque será que grande parte dos residentes gastam as suas férias embasbacando-se com monumentos noutros países ?
Bom não vale a pena irritar-me e lembrei-me agora duma letra que andava por aí (aquela do tempo volta para trás). E já agora fosse no tempo, em que havia tempo e havia gente com tempo para olhar um pedaço de dura pedra ver a obra nela inserida e, pacientemente, com todo o tempo do mundo, ir desbastando e lascando o que no bloco estava a mais.
Quanta serenidade e felicidade conteria esse acto
Fica um pequeno grande pormenor do monumento.

3 comentários:

Baila sem peso disse...

Entrecampos...Guerra Peninsular
E é realmente uma grande guerra
Lisboa, sempre à roda...à roda
tudo com pressa...está na moda!!!

...de arrepiar, quem todos os dias por lá tiver de passar!...

mas são assim todas as grandes,
e todas as belas cidades!!
e as estátuas as desafiam
como a chamar-lhes verdades...

e com cinzel e no tempo em que havia tempo
a felicidade de quem esculpiu
fica no eterno monumento...
hoje é desafio!

Beijo

Leonor Varela disse...

esta lisboa que eu amo

No vendaval da Vida
Ter novo horizonte
Beber na doce fonte
Ver o nascer do sol
Limpar meu coração
Pegar um girassol
Ofertar ao meu irmão
Reviver a esperança
Feliz como uma criança
Vivendo essa emoção.
um beijo

Parapeito disse...

..e ali estão elas...imponentes...indiferentes...mas tambem tão mal amadas...

Um abraço**