segunda-feira, 9 de junho de 2008

(152) TOUPEIRAS NA CIDADE



Quando, por descuido ou a propósito, alguém pisa um carreiro de formigas, logo o alvoroço é estabelecido.
Da caminhada ordeira, organizada, resultam, por momentos, pequenas correrias, aparentemente sem destino.
Por magia, em breve é restabelecida a disciplina e o caminho retomado, com aparente indiferença pelos caídos que, também por vezes, são transportados na fila de novo organizada.
Os homens nas grandes cidades, comportam-se em regra como se dum constante pisão sofressem.
Correm para cá e para lá, pouco comunicam, e se o fazem é de puro reflexo, sem ao facto darem importância, nem tão pouco ao que dizem, atropelam-se, sem respeito ao próximo, e ignoram os caídos.
A frase corriqueira: não temos tempo !
Seja lá isso o que seja.
Como se o tempo existisse para além do aqui e agora.
Correm e daí a pouco voltam, certamente com a sensação da tarefa cumprida, ou talvez não.
Para apressar esse corre corre, construíram enormes toupeiras que ora os engolem, ora os dejectam e vice-versa, Ganham tempo: dizem !
Neste manicómio, resta ao suposto são sentar-se ao canto e tranquilamente gastar o seu TEMPO (?!) a ver passar a crise.
Implica humildade, amor à vida e quebra de ambição.
Não é fácil... nem facilitado.

Sem comentários: