domingo, 13 de abril de 2008

(139) BARBA E CABELO

fotocantodocarlos

Alguns anos atrás, durante uns dias de veraneio junto ao mar, resolvi poupar-me ao fastio diário de rapar a cara.
Crescimento selvagem, sem aparadelas nem retoques.
Sem queixas da experiência, no regresso às lides, continuei a poupar-me.
E assim tem sido.
Não querendo porventura plagiar o Pai Natal e porque o continuo crescimento a isso era propicio, tentei conciliar o problema, não perdendo a mordomia do menor esforço.
De olho no interesse comum, ofereci então ao homem de quem mais gosto uma cortadora eléctrica e, pelo menos de três em três semanas, aí vou de romaria até sua casa.
Mete o pente adequado, algumas aparadelas, e lá se fica o excesso de pelo e cabelo.
Tem ele melhor profissão, pese embora não lha inveje, e assim fico na duvida se o corte é por gosto, pois de carinho é de certo.
E lá vou aproveitando.
Não pago, não gorgeteio, almoço, mato saudades e fico aviado por mais três semanas, mesmo que no entretanto lá retorne.
Parece justo ? Talvez não.
Não o faço porventura apenas por menor esforço.
Impera talvez o receio de voltar à moda antiga e, rapando o rosto, não encontrar o sujeito que naquela altura escondi.

3 comentários:

Anónimo disse...

Pois...eu cá não sou de intrigas... mas estou em crer que já não o encontras...
Jokinhas
Di

notyet disse...

Ainda tinha esperança...
O vinho do Porto tb quanto mais velho, melhor... Dizem...

biabisa disse...

Ah! Então já sei, para não me picar, beijo-o na cabeça, já reparou? bjs