segunda-feira, 24 de abril de 2006

(23) O COAXO

Sorrateiramente, do repleto e variado cofre da mãe natureza, saquei esta pequena jóia, na esperança de poder estabelecer algum contacto.
Não sei coaxar. Aprendizagem a inscrever num imenso rol de prioridades, porventura a não cumprir, não tanto por falta de interesse, mais pelos limites impostos pela vida.
E ali ficámos, cada um no seu canto, expectantes.
Ela aparentemente serena, confiante não tanto.
Imobilidade, passividade e mutismo
Decorridos alguns minutos resolvi devolvê-la ao seu charco.
Então, e enquanto se abrigava na terra, coaxou.
Um misto de alivio e desabafo, tipo
“Safei-me. Os humanos são loucos mas nem todos violentos.”
Na dúvida, decididamente, tenho de aprender a coaxar.

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