Hoje o preguiçoso sol não atina, orgiando entre húmidas nuvens, só de longe em longe deixa antever um dos seus grandiosos orgasmos.
Todavia preparei-me, determinado a expulsar o desanimo e a tristeza.
Meti ao bolso uma dúzia de olás e outros tantos sorrisos, esse precioso e contagiante esgar de cujo uso o humano vem perdendo a prática.
Na gaveta por inúteis, ficaram os preconceitos e muitos outros sentimentos provocadores de angustia, dor e raiva.
Fui caminhando e distribuindo o que trouxera, sem olhar a quem e, sem encontrar espelho, em breve desisti, não porque me tivessem por louco, pois a verdade não me afecta, mais por ter, sem êxito, esgotado os bons recursos.
Resta-me a reflexão:
Devo atribuir culpa ao devasso e belo sol ou ao desenfreado galope da vida na ansiosa busca de metas para além da ternura e do afecto ?
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